domingo, 20 de maio de 2007

Recebido via e-mail

Olá gente!

Venho me pronunciar a respeito dos últimos acontecimentos em virtude de sua gravidade e importância.
Greve é um momento excpecional, depende de acontecimentos nem sempre planejados e, sempre, invariavlemente, causam prejuízos e cansaço. Uma greve não seria greve se ninguém perdesse nada com ela.
Em compensação, se não fossem as greves realizadas até hoje pelo movimento operário (a classe média foi, historicamente, mais reticente, pois morre de medo de perder as migalhas de que desfruta), estaríamos ainda trabalhando 16 horas diárias.
Isso tudo para dizer o seguinte: não há como levar-se adiante uma greve por correio eletrônico; não há como decidir se ela vai acontecer ou não por essa via. Também não vejo grandes avanços em discussões sobre sua legitimidade ou não por e-mails; no máximo, o correio eletrônico prepara um debate. Mas essa instância não pode ser deliberativa.
Se levarmos em consideração que uma parte grande dos pós-graduandos está fora de Campinas, creio que não há como deslegitimar uma assembléia que tenha contado com a presença de tantas pessoas (que seja 80, e não 100 como disseram). Então, não há como escapar: aqueles que se posicionam contra a greve, compareçam as assembléias e defendam suas idéias, conquistem aliados. Numa mobilização de tal monta não há como deixar de deflagrar e levar adiante uma greve porque algumas pessoas se colocaram contra por via eletrônica. Mesmo se os votos da assembléia e dos e-mails fossem contados, a decisão de entrar em greve estaria vitoriosa.
Para nossa sorte, inclusive daqueles que acham a greve uma forma "ultrpassada" de organização, muitos ainda têm coragem de levá-la adiante. Por isso ainda não perdemos tudo.
Felizmente também, o individualismo ainda não tomou conta completamente dos estudantes de pós-graduação. Esse é um momento importante demais para decidirmos, antes, quais serão as formas de mobilização... O negócio é agora, ou lamentar depois.

Todo meu apoio ao comando de greve! Todo meu apoio às barricadas!

Paula Marcelino
Doutorado em Ciências Sociais

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